Como o esporte pode influenciar no desenvolvimento da epicondilite?

A prática esportiva traz inúmeros benefícios para a saúde, promovendo o bem-estar físico e mental. 

No entanto, em atividades que exigem movimentos repetitivos do braço e do punho, como o tênis, golfe e musculação, existe um risco aumentado de lesões. Uma das mais comuns é a epicondilite, uma inflamação nos tendões do cotovelo que provoca dor e limita a mobilidade. 

Popularmente conhecida como “cotovelo de tenista” (epicondilite lateral) ou “cotovelo de golfista” (epicondilite medial), essa condição pode surgir não apenas em atletas profissionais, mas também em praticantes amadores que não seguem cuidados adequados. 

Vamos entender como o esporte pode influenciar o surgimento da epicondilite e como prevenir esse problema.

Epicondilite: Como os movimentos repetitivos afetam o cotovelo?

A epicondilite ocorre quando os tendões que ligam os músculos do antebraço ao cotovelo se sobrecarregam, causando microlesões que resultam em inflamação. 

Essa condição está diretamente associada a atividades repetitivas e ao uso excessivo dos tendões. 

Nos esportes, movimentos como lançar uma bola, golpear com uma raquete ou realizar levantamentos pesados exigem que os músculos e tendões do antebraço trabalhem intensamente, o que, sem o descanso adequado, pode provocar uma inflamação.

Esportes associados à epicondilite:

Alguns esportes são particularmente ligados ao desenvolvimento da epicondilite devido aos movimentos constantes e específicos que exigem da região do cotovelo:

  • Tênis: Movimentos como o backhand, que exigem força e controle, sobrecarregam a região lateral do cotovelo, originando a epicondilite lateral ou “cotovelo de tenista”.
  • Golfe: Os golpes repetitivos realizados durante o swing exigem um esforço do cotovelo e do punho, favorecendo o surgimento da epicondilite medial, conhecida como “cotovelo de golfista”.
  • Musculação: Exercícios com pesos que exigem a extensão do cotovelo, como roscas e extensões, podem causar inflamação dos tendões caso sejam realizados de forma incorreta ou sem períodos de descanso.
  • Arremesso e esportes de raquete: Esportes como beisebol, squash e padel também demandam movimentos repetitivos, e a falta de preparação física pode aumentar o risco de lesão.

Fatores de risco no esporte:

Alguns fatores comuns na prática esportiva contribuem para o desenvolvimento da epicondilite. 

A falta de aquecimento adequado, técnica incorreta, excesso de treinamento e uso de equipamentos inadequados, como raquetes mal calibradas, aumentam o risco de lesão. 

Além disso, a repetição de movimentos sem pausas adequadas pode provocar uma sobrecarga nos tendões, tornando a epicondilite um problema frequente entre os atletas.

A prevenção da epicondilite começa com uma prática esportiva consciente e orientada. Aqui estão algumas dicas importantes para evitar essa lesão:

  • Aquecimento e alongamento: Antes de começar qualquer atividade esportiva, é essencial aquecer e alongar os músculos do antebraço, cotovelo e punho para preparar a região.
  • Correção da técnica: Aprender a técnica correta do esporte com a orientação de um profissional reduz a carga sobre os tendões e distribui o esforço de maneira adequada.
  • Uso de equipamentos apropriados: Equipamentos adequados, como raquetes, tacos e pesos, ajudam a evitar o esforço excessivo. Uma raquete mal calibrada, por exemplo, pode transferir carga extra para os tendões do cotovelo.
  • Períodos de descanso: Respeitar o tempo de descanso entre os treinos e intercalar os exercícios são medidas essenciais para evitar a sobrecarga.
  • Fortalecimento muscular: O fortalecimento dos músculos do antebraço ajuda a distribuir melhor a força, protegendo os tendões do cotovelo contra lesões.

Tratamento e recuperação:

Caso a epicondilite se desenvolva, o tratamento inicial geralmente envolve repouso, aplicação de gelo, uso de anti-inflamatórios e fisioterapia. 

A recuperação pode levar algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade da lesão. 

Em casos mais graves, pode ser necessária uma intervenção médica mais complexa, como injeções de corticoides ou, em situações raras, uma cirurgia para reparar os tendões.

Embora o esporte seja uma fonte de saúde e bem-estar, é fundamental praticá-lo de forma consciente para evitar lesões como a epicondilite. 

Dr. Nuno Delfino

Ortopedista e Traumatologista 

Sertãozinho/SP

CRM 183.718 • TEOT 18.229 • RQE 127.905

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