A epicondilite lateral, conhecida como “cotovelo de tenista”, e a epicondilite medial, ou “cotovelo de golfista”, ocorrem devido a uma sobrecarga dos tendões do cotovelo, causando dor e inflamação.
Essa condição costuma responder bem a tratamentos convencionais, mas em casos mais graves, a inflamação persiste, tornando o cotidiano do paciente bastante limitado e doloroso.
Nesses casos, após tentativas prolongadas de tratamentos sem melhora significativa, a cirurgia pode ser indicada.
Quando a cirurgia é indicada para epicondilite?
A cirurgia geralmente é considerada quando os métodos conservadores não apresentam resultados satisfatórios após seis a doze meses de tratamento. Indicações para a cirurgia incluem:
- Persistência da dor intensa: Quando a dor permanece intensa e contínua, dificultando tarefas simples do dia a dia e prejudicando a qualidade de vida, a cirurgia pode ser indicada.
- Falha do tratamento conservador: Repouso, fisioterapia, medicamentos e terapias complementares, como infiltrações, costumam ser suficientes para a maioria dos casos de epicondilite. No entanto, se após várias tentativas desses tratamentos os sintomas não melhoram, a cirurgia é uma opção.
- Perda de função do cotovelo: Quando o paciente perde a força e a capacidade de realizar atividades que envolvem o uso do cotovelo e do antebraço, afetando sua rotina pessoal e profissional, a cirurgia se torna uma alternativa para recuperar a função.
Como funciona a cirurgia para epicondilite?
Existem diferentes tipos de procedimentos para a epicondilite, e a escolha dependerá da gravidade e do tipo de lesão. Entre as técnicas mais comuns estão:
- Liberação do tendão: A técnica consiste em soltar o tendão inflamado e remover o tecido danificado para aliviar a tensão na área afetada. Isso ajuda a reduzir a dor e promover a cicatrização.
- Desbridamento artroscópico: Esse procedimento é feito por meio de pequenas incisões e envolve o uso de uma câmera para guiar o cirurgião na remoção de tecidos inflamados ou danificados.
- Reparo do tendão: Em casos onde há rupturas, o reparo cirúrgico do tendão é necessário para restaurar a integridade do tecido, possibilitando a recuperação total da função do cotovelo.
A cirurgia para epicondilite geralmente é realizada de forma ambulatorial, o que significa que o paciente pode retornar para casa no mesmo dia.
Pós-operatório e recuperação:
O período pós-operatório envolve repouso inicial e, em muitos casos, o uso de uma tipoia para proteger o cotovelo operado. Após algumas semanas, a fisioterapia é introduzida para ajudar na recuperação da mobilidade, força e funcionalidade do cotovelo.
A recuperação completa pode levar de três a seis meses, e o sucesso do procedimento depende do cumprimento das orientações médicas e de reabilitação.
Caso a dor persista e comprometa a qualidade de vida, procurar orientação médica é o primeiro passo para determinar se a cirurgia é o caminho mais adequado para tratar a epicondilite.
Dr. Nuno Delfino
Ortopedista e Traumatologista
Sertãozinho/SP
CRM 183.718 • TEOT 18.229 • RQE 127.905